Recentemente, a recusa do ministro Alexandre de Moraes sem mencionar o Twitter durante um importante evento gerou debates sobre o papel das Big Techs na política e no discurso público. Essa atitude sugere uma crítica subjacente à influência excessiva dessas plataformas nas dinâmicas democráticas, levantando questões cruciais sobre como elas moldam as narrativas e regulam o fluxo de informações que alcança a sociedade.
A omissão do Twitter por Moraes pode ser vista como um símbolo da crescente preocupação com a forma como as grandes empresas de tecnologia controlam o discurso público. A centralização da comunicação em plataformas digitais levanta sérias questões sobre quem tem o poder de decidir quais vozes são amplificadas e quais são silenciadas. Essa dinâmica pode resultar em uma distorção da verdade, onde apenas determinadas narrativas são permitidas, prejudicando a pluralidade necessária para uma democracia saudável.
Em contrapartida, o advogado Eduardo de Mendonça enfatizou a importância de preservar a liberdade de expressão, alertando que a censura frequentemente começa com boas intenções, como o desejo de proteger a sociedade de conteúdos potencialmente prejudiciais. No entanto, essa proteção pode ter consequências nefastas, como a erosão dos direitos democráticos fundamentais. Ao limitar o debate público, as iniciativas de censura podem criar um ambiente onde ideias controversas são reprimidas, reduzindo a capacidade das pessoas de questionar e refletir criticamente sobre as questões que afetam suas vidas.
A metáfora das “catedrais em reforma” é particularmente adequada para ilustrar como a censura pode obscurecer a verdade. Assim como uma catedral em reforma pode esconder a beleza de sua estrutura sob andaimes e materiais de construção, a restrição ao discurso público pode levar a um ambiente de incerteza e desconfiança. Nesse cenário, as pessoas podem acabar confiando em um sistema que omite debates cruciais e silencia vozes importantes. A falta de transparência e a ausência de discussões abertas sobre temas controversos alimentam um ciclo de desinformação e previnem que a sociedade alcance um entendimento mais profundo sobre as questões que realmente importam.
As preocupações levantadas por Moraes e Mendonça ressaltam a necessidade de se refletir criticamente sobre o papel das Big Techs no nosso dia a dia e a urgência de defender a liberdade de expressão como um pilar fundamental da democracia. O cuidado com a censura deve servir como um lembrete de que a verdade e a diversidade de opiniões são essenciais para a construção de uma sociedade mais justa e informada. Para que possamos viver em um verdadeiro estado democrático, é imperativo que as vozes sejam ouvidas, mesmo aquelas que desafiam a norma.



